29/01/2024

Talvez muitos cristãos tenham a ideia de que a Bíblia veio prontinha do céu como na entrega das tábuas da lei. Mas não foi assim. A forma como conhecemos a Bíblia hoje se desenvolveu junto com a história humana. No começo da história da humanidade não existia formas de registro escrito, havia somente a palavra falada. Isto é, as histórias eram contadas de geração a geração.

 

“Com os nossos próprios ouvidos ouvimos, ó Deus; os nossos antepassados nos contaram os feitos que realizaste no tempo deles, nos dias da antiguidade” (Salmos 44:1).

 

No entanto, o desenvolvimento da escrita há mais de 5 mil anos na Suméria possibilitou o registro daquilo que era guardado apenas na mente das pessoas. Uma das primeiras formas que o Antigo Testamento foi registrado foi pela escrita cuneiforme. Nesse tipo de registro os sinais gráficos eram cunhados em argila ou argamassa. Outras formas de registro mais duradouras foram desenvolvidas, como o papiro e o pergaminho.

 

“Pegue um rolo e escreva nele todas as palavras que falei a você” (Jeremias 36:2).

 

Mas, afinal, como os 66 livros que compõem a Bíblia hoje foram escolhidos como Palavra de Deus? Sobre o Antigo Testamento, temos diversas pistas: o relato de Esdras descrito na versão Vulgata, o de Flávio Josefo e os manuscritos do Mar Morto atestam os 39 livros que conhecemos hoje. No entanto, alguns registros escritos do período do domínio grego foram descartados pela tradição cristã protestante, por serem considerados importantes historicamente, mas não inspirados por Deus. São os livros apócrifos. Eles foram descartados, entre outros motivos, por não terem sido citados por Jesus ou pelos apóstolos, por não terem sido escritos em hebraico e por não terem apoio teológico de nenhum outro livro da Bíblia. Sendo assim, no período de Jesus e dos apóstolos os livros que hoje compõem o Antigo Testamento já estavam consolidados.

 

“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim” (Lucas 4:17 e 18).

 

Sobre o Novo Testamento, relatos como o de Justino Mártir, Papias de Hierápolis e Hirineu de Lião atestam a circulação de escritos redigidos por cristãos entre as Igrejas da Era Cristã. Três parâmetros foram considerados no período da primeira Igreja para determinar se um livro poderia fazer parte da Bíblia. Primeiro, o escrito não poderia apresentar um ensino diferente de uma doutrina já estabelecida. Segundo, o documento deveria ter sido escrito por um apóstolo, ou alguém diretamente ligado a eles, como Marcos e Lucas, sucessores de Paulo e Pedro, respectivamente. E por fim, o documento deveria ser considerado relevante para o uso da Igreja.

 

“Como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, com a sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos” (2 Pedro 3:15-16)

 

Os livros da Bíblia foram escritos em épocas diferentes, por diferentes autores, em diferentes línguas e ao longo de um período de, aproximadamente, 1.500 anos. Foi assim que Deus quis se revelar, por meio de um livro. Como povo de Deus, nós somos profundamente dependentes da Escritura, confiando que a Bíblia é o único meio infalível e inerrante pelo qual Deus fala conosco. Por isso, deixe de lado o celular, a preguiça e as distrações, pois Deus hoje te diz:

 

"Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo” (Ezequiel 2:1).

-(Texto desenvolvido a partir do livro “E Deus falou na língua dos homens” - Paulo Won)

Fonte/Autor: Edyth Priscila

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